A decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de reconhecer o Flamengo como legítimo campeão brasileiro de 1987 não incomodou o Departamento Jurídico do São Paulo. Com a mudança, o clube rubro-negro torna-se o primeiro pentacampeão brasileiro, o que lhe daria direito a receber a Taça das Bolinhas, entregue ao time tricolor na semana passada.
Para o diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, a Justiça já determinou o Sport como campeão brasileiro de 1987 e, por conta disso, a decisão da CBF não deve interferir no que diz respeito ao troféu.
"A Taça das Bolinhas é do São Paulo e ninguém vai tirar. Essa decisão é uma gentileza que a CBF está prestando ao Flamengo. O campeão de 87 reconhecido pela Justiça desse país é o Sport. Quem sou eu para ir contra a Justiça?", questionou Kalil.
Ele ainda explicou que, no aspecto judiciário, a decisão não tem mais volta. Ele refere-se à ação que tramitou e foi julgada na 10ª Vara Federal de Pernambuco, de 2 de maio de 1994, favorável ao clube pernambucano.
"A Justiça comum tomou uma decisão 'transitada e julgada' (que não cabe mais recurso), não dá mais para voltar, falo isso como advogado", disse.
Com o reconhecimento da CBF, o Flamengo conquistou o penta em 1992, ao bater o Botafogo na final. Já o São Paulo conquistou em 2007 seu quinto título do Nacional, e, por conta dele, recebeu na semana passada, no prédio da Caixa Econômica Federal, no Centro de São Paulo, a Taça das Bolinhas.
Patrícia Amorim diz que o Flamengo "vai brigar" por Taça das Bolinhas
A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, afirmou que vai lutar para que a Taça das Bolinhas não fique com o São Paulo, que foi entregue recentemente ao clube paulista. Com o reconhecimento da Copa União pela CBF, o time rubro-negro espera contar com a taça em sua sala de troféus.
"O Flamengo espera que a taça seja devolvida à Caixa. Conheço o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e espero que ele tenha esse gesto", disse a presidente, em entrevista concedida na sede da Gávea.
Acompanhada do corpo jurídico do clube, Patrícia Amorim vestia uma camisa com a inscrição "hexa na raça". O título conquistado em 1987 foi reconhecido nesta segunda-feira pela CBF após anos de disputa.
"A taça e as medalhas são a materialização de um trabalho e de uma conquista. O Flamengo vai brigar por isso", continuou a presidente do clube, ao lembrar que o próprio mandatário são-paulino reconheceu em reunião do Clube dos Treze que o Flamengo era o legítimo campeão de 1987.
A presidente do Flamengo está planejando uma festa para homenagear os campeões da Copa União.
"Estamos pensando nisso sim. É tão difícil ganhar o titulo que precisa comemorar. Eles merecem. Vamos pensar também em uma homenagem da torcida para os jogadores", completou, ao se referir ao time que tinha craques como Zico, Zinho, Andrade, Renato Gaúcho, Bebeto, entre outros importantes jogadores da história rubro-negra.
"Estávamos 23 anos esperando por isso", resumiu Patrícia.
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