São Paulo, Brazil
Sou jornalista, pós-graduada em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. São-paulina. Apaixonada por Futebol e pela profissão dos Goleiros.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Renê (Bahia)

O goleiro Renê foi julgado nesta terça-feira, 19, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e foi suspenso por um ano após ter sido pego no exame antidoping após o triunfo do Bahia diante da Portuguesa, válido pela 17ª rodada da competição.

Apesar de ter ficado muito emocionado no julgamento, Renê não teve suas lágrimas consideradas pelos auditores do STJD. Quando ouviu o primeiro voto pela sua suspensão, o goleiro disse, em voz baixa, que sua carreira acabou.

O goleiro foi o primeiro a depor. "Fiquei surpreso, sem chão. Nunca imaginava que isso ia acontecer na minha carreira. Sempre aconselhei os jogadores quanto a isso, e acabou acontecendo comigo", disse. Renê contou qual foi sua reação ao saber do exame positivo. "Liguei para a minha casa para saber quais remédios tínhamos, e minha esposa me disse os nomes. Naquele momento, eu fiquei nervoso, porque, com 33 anos, a minha carreira pode ter acabado", falou, visivelmente emocionado.

Casado há dez anos, Renê declarou que há oito tomava o remédio, sempre entregue por sua mulher, por conta de picos de dor de cabeça. "Quando minha mulher me disse que sempre me dava essa medicação, no calor da emoção disse que ela acabou com a minha carreira", lembrou.

Roberta, esposa do goleiro, lamentou o episódio e disse nem imaginar como seria ver o marido fora do futebol. "Estou me sentindo péssima, porque não é fácil pensar que posso ter prejudicado a carreira dele agora que ele conseguiu estar num time de torcida. É difícil para mim ter minhas filhas cobrando que os coleguinhas da escola perguntam por que a mamãe foi dar remédio para o papai", lastimou.

O procurador do caso, William Figueiredo, declarou que Renê mostrou sinceridade em seu depoimento, mas ressaltou a responsabilidade do jogador pelos medicamentos que toma. O relator Marcelo Tavares, por sua vez, descartou a intenção do jogador de tomar o remédio, mas ressaltou que Renê assumiu "um grande risco" ao ingeri-lo sem consultar os médicos do clube. Assim, pediu a suspensão do goleiro por um ano, no que foi seguido por mais dois auditores. O presidente do tribunal foi mais duro e, criticando o envolvimento dos auditores com o "lado emocional" do processo, votou pela suspensão de dois anos.

Entenda o caso – Renê foi enquadrado no artigo 2.1 — presença de uma substância proibida em amostra colhida — do Código Mundial Antidoping. Após seis jogos, o goleiro foi suspenso preventivamente por 29 dias por uso de furosemida, substância presente no medicamento Lasix, usado para controle de pressão alta.

A furosemida é um diurético cujo uso não incorre em melhora do desempenho, mas que serve para eliminar rapidamente outros dopantes, como anfetaminas e esteroides.

Matéria do site: http://www.atarde.com.br/esporte/noticia.jsf?id=5638362

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