São Paulo, Brazil
Sou jornalista, pós-graduada em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. São-paulina. Apaixonada por Futebol e pela profissão dos Goleiros.

sexta-feira, abril 30, 2010

4-3-3



Muito utilizada em meados de 60, início de 70 e pela Holanda na Copa de 94, o esquema tem quatro jogadores na defesa, três no meio-campo e três no ataque.


Na defesa se tem três jogadores de frente que ajudam na marcação dos laterais/volantes do time adversário. No ataque, os laterais sobem para desarmar a defesa adversária.


O ideal: Ataque com jogadores velozes, dinâmicos; Meio-campo com um meia de ligação.

Centenário demolido frente ao Imperador?


Depois do 1X0 para o Flamengo, nas quartas de final pela Libertadores, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, deixou no ar uma possibilidade de mudança de esquema tático, o que poderá ser a volta do 4-3-3 no alvinegro.


Na quarta-feira, em um jogo que prometia ser o mais disputado da rodada da Libertadores, os torcedores do Flamengo tiveram que se contentar com apenas um gol de pênalti, cometido por Moacir e cobrado pelo Imperador.

A chuva também ajudou a estragar a festa que prometia ser grande no Maracanã. Num campo pesado, exigindo muito preparo físico dos atletas, a bola não rolava, os chutes ficam pelo meio do caminho. Do lado alvinegro as atenções eram para Ronaldo, que teve uma péssima atuação em campo. Do outro lado, o rubro-negro contava com Adriano, que fez as pazes com a torcida e a mídia ao fazer o gol, chutar uma bola no travessão e ter outra finalização defendida por Julio Cesar. Aliás, o goleiro do Corinthians, foi o melhor em campo, apesar do gol, créditos devem ser dados a excelente cobrança feita por Adriano.



No primeiro round do duelo de gigantes (Ronaldo e Adriano), o Imperador conquistou, agora só nos resta esperar pelos próximos 90 minutos.


Visão da Pequena Área na chuva


Quem acha que só quem corre em campo é prejudicado com chuva, esquecem dos heróis da pequena área, e ainda mais nesse jogo podem assim serem chamados.

Bruno e Julio Cesar sempre atentos aos lances e possíveis paradas de bola nas poças d'água que se formaram no campo, tiveram saídas excepcionais para a defesa. Muito além do desgaste físico, entra em campo o desgaste emocional, pela cobrança e atenção durante toda a partida.



O principal lance de Bruno, goleiro do Flamengo, foi sua saída para defender a finalização de Moacir. Do outro lado, Julio Cesar viu Adriano cabecear para o gol e fez grande defesa.

quarta-feira, abril 28, 2010

26 de Abril: Dia do Goleiro

Carregam o time, na vitória ou na derrota. Esquecidos nas vitórias. Lembrados nas derrotas.

Em campo são únicos. Suas regras são diferentes. Suas camisas são exclusivas. E levam o número 1.


Talvez tenham a profissão mais ingrata do mundo. Mas batem no peito e defendem seu manto.


Lutam contra as regras. Evitam gols fazendo, às vezes, até o impossível. E assim saem com sua vitória.


Esses são nossos goleiros. Um dia chamados de “Santo/Milagroso”, no outro de “Frangueiro/ Braço curto”.


Infelizes os que olham pelos olhos dos atacantes. Os olhos dos goleiros vêem os jogos de camarote. Dispara o coração quando vê a bola no pé do atacante. Mas se consagram quando voam e voltam com a bola nas mãos.


Parabéns aos nossos Eternos Heróis.




Como começou?


Rio de Janeiro, 14 de abril de 1975, reunião de pessoas ligadas ao futebol. O motivo? Os goleiros. Enfim, o mérito aos goleiros seria dado, o Dia do Goleiro sairia do papel.


Tudo começou com o Tenente Raul Carlesso e o Capitão Reginaldo Pontes Bielinski, em meados de 70, quando professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, resolveram homenagear o camisa 1. Carlesso desenvolveu um método para a formação desses heróis do campo, sendo um dos precursores na preparação de goleiros no Brasil.

Apesar da primeira festa ter sido em 14 de abril, mais tarde, o Dia do Goleiro seria oficializado com a data de 26 de abril, em homenagem ao goleiro, então campeão brasileiro, Manga, jogando pelo Internacional.

O ex-goleiro, essa semana foi contratado pelo Inter como “embaixador” do clube no interior do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, abril 26, 2010

4-4-2

Esquema Tático usado desde o final da década de 70. O técnico escalava o ponta recuado, logo, seria o fim dos pontas abertos.

Esse esquema proporciona contra-ataques rápidos. Quando foi criado, tinham-se 3 meias e 2 volante, depois, os técnicos, passaram a variar para 2 meias e 2 volantes ou 1 meia e 3 volantes. O 4-4-2 passou a ser muito utilizado pois consegue distribuir as tarefas e garantem o apoio e a cobertura de um jogador por outro, conforme o jogo exige.


O Feitiço contra o Feiticeiro

Domingo, Pacaembu lotado, no gramado a frase “Pacaembu: 70 Anos”. Mas os olhos da torcidas se atentavam para o túnel. Logo, a Baleia surgiu, e trouxe contigo o Branco e Preto da Baixada Santista. Na briga pelo título surgia, quase despercebido, o Ramalhão, Branco e Azul.

A tarde prometia goleada dos Meninos da Vila. Mas aos 2 minutos do primeiro tempo, Santo André pararia o Santos, num duelo de 4-4-2 e 4-4-2. Mas afinal, o que conseguiu parar o Meninos no primeiro tempo? Os dois times estavam na defensiva com 2 laterais e 2 zagueiros.

O Santo André foi pro ataque e trabalhou a movimentação. Apesar de o 1x0 pro Santo André ter saído de falta, o ataque do Ramalhão saia com velocidade e deixava a zaga do Santos para trás, criando várias oportunidades de gol. Exatamente o que os Meninos da Vila fizeram no segundo tempo com a zaga do Santo André, que, com o time cansado, não conseguiu mais parar o rival. Mais tarde ainda perderia um zagueiro.

O Santos, sem Neymar, substituído no intervalo por André, cresceu no segundo tempo, jogando por trás da zaga andreense. Explorando a abertura na lateral direita, o Santos virou o jogo 3x1.

Com a expulsão de Toninho, o técnico do Santos fez uma alteração. Tirou Pará, na lateral direita e colocou Madson, deixando o time mais ofensivo. Resultado? Gol do Santo André 3x2. Com a abertura da zaga santista, Rodriguinho conseguiu espaço para sair em velocidade e assustar o Santos novamente.


Visão da Pequena Área

Santos

Finalmente um jogo onde a defesa santista teve seu destaque, mas por seus erros. Num primeiro tempo com a zaga desarrumada, os ataques e contra-ataques do Santo André foram o Calcanhar de Aquiles para o goleiro. Aos 34, em uma falta cobrada por Bruno César, o goleiro teve a mesma falta de sorte dos atacantes do Santos, até o momento, com uma barreira mal feita, Felipe não conseguiu evitar o 1x0.

Se por um lado a defesa deixou a desejar, do outro lado do campo não se viu o mesmo futebol dos Meninos da Vila, que não conseguiam furar a dupla de lateral e a dupla de zagueiros do Ramalhão.

Com o esquema de 4-4-2, o ideal seria a proteção do goleiro e a marcação cerrada aos adversários, porém, apesar de terem melhorado no segundo tempo, o goleiro ainda viria Rodriguinho marcar o segundo gol pro Santo André.

Santo André

Os olhos dos andreenses eram nele, o único que poderia deter os Meninos da Vila, em um primeiro tempo exemplar nas poucos defesas que precisou fazer, isto porque a defesa do Ramalhão quase não permitia o avanço do Santos, Júlio César parou o ataque santista, no primeiro tempo.

Mais tarde, já no segundo tempo, por falhas da defesa que deixava os santistas sem marcação, o Santo André viu o Santos empatar e virar o jogo. O empate veio com uma cobrança de escanteio, Paulo Henrique dentro da área passa para André, sem marcação fazer 1x1. A virada veio depois, com duas jogadas pelas costas da zaga andreense, o goleiro viu seu triunfo dos 45 minutos anteriores ser engolido pela ataque do Santos.

domingo, abril 25, 2010

A Tradição da Baixada Santista

Santos, 1914, um time em campo, comunidade espanhola em festa, do alto do morro, os portugueses admiram e, 3 anos depois, criam sua própria festa. Assim surgem dois dos times mais tradicionais de Santos, litoral de São Paulo, primeiro o Jabaquara Atlético Clube, que ano passado contava com cerca de 800 associados, e depois a Associação Atlética Portuguesa, que tem cerca de 1100 associados.

Em uma rivalidade além do futebol, portugueses X espanhóis, as torcidas criaram seu espaço no espetáculo. Na arquibancada hinos e cantos. Em campo novos rostos faziam a sua parte. E as vitórias eram vistas.

A Portuguesa Santista, chegou a conquistar a Fita Azul, em 1959, com uma excursão invicta à África. Aliás, essa excursão fez com que a África do Sul fosse suspensa pela FIFA por 16 anos, por racismo; em um dos jogos, três jogadores da Briosa foram proibidos de jogar por serem negros. Na época, o então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, decidiu que a delegação voltasse sem jogar.

O Jabaquara AC leva em seu histórico um campeonato do juvenil disputado com o Santos, que tinha em seu elenco Pelé; e há oito anos, fazia novamente a alegria da comunidade espanhola conquistando a Série A-3 do Paulista.

Mas a história não é mais a mesma, a festa e os cantos das torcidas, hoje se misturam a cornetadas e cobranças. Donos de histórias invejáveis de conquistas, atualmente os times vivem lutando para sobreviver nos campeonatos que disputam.

Aguinaldo Pereira, torcedor da Portuguesa Santista, mantém um site não-oficial do clube, com um teclado afiado, posta suas indignações, com uma história desde 1992 no clube. Em entrevista, falou sobre as torcida organizada da Briosa.

“A torcida da portuguesa é pequena mas é enjoada, e cobra muito aqui. Você não tem noção da pressão aqui, 200 torcedores valem por 1.000.000. Todos empresários que passam aqui ficam assustados, não cobram com violência, mas os corneteiros usam muito a internet pra queimar a imagem de quem passar por aqui e deixar o clube em situação ruim. Pra você ter uma idéia o time de 2006 que rebaixou da primeira divisão pra a segunda, se tiver 2 jogadores empregados é muito.”

Uma realidade um tanto distante para quem está acostumado com o modo como as torcidas cobram os times grandes. A Portuguesa Santista, conta com uma Torcida Organizada chamada Força Rubro-Verde, FRV. Aguinaldo acredita na importância dessas torcidas para o clube.

“A torcida dá segurança, principalmente fora de casa, quando os jogadores entram em campo e vêem um torcedor nosso ou faixa, eles sabem que ali tem alguém torcendo por eles. Aqui a torcida não bate nem agride jogadores cobra-se de quem contrata.”

Atualmente, uma das dificuldades dos times é o patrocínio, por disputarem campeonatos fora da elite, os patrocinadores são raros. No caso da Portuguesa Santista, hoje tem uma empresa como colaboradora.

“Patrocínio o clube tem o banif que colabora com uma cota pequena , que não chega a 10.000 reais e não ajuda muito.” afirmou Aguinaldo.

Em sua história, a Briosa coleciona parcerias que não deram certo. Em 2003,com a Futura Sports, o time ficou conhecido pelo esquema da “roleta russa”, todos os jogadores atuavam em todas posições. Posteriormente, em 2006, com a Brazilian Player, foram rebaixados para a Série A-2 do Paulista. E, logo depois, com parceria da Usina do Esporte, os torcedores viram seu time indo para a Série A-3 do Paulista. Este mês, a Briosa, mais uma vez, foi rebaixada, disputarão a 2ª Divisão em 2010.

Já o Jabaquara, possui parcerias com o Santos Futebol Clube. O clube está com um projeto para recuperar a equipe para em 2014 disputarem a Série A-1 do Paulista, mais um projeto de centenário no futebol brasileiro.

Ao entrar em contato com os presidentes dos clubes, o presidente da Associação Atlética Portuguesa, Avelino dos Santos, disse que só se pronunciará após quarta-feira, 14, devido a má fase do clube e o rebaixamento no último dia 11 de abril. Enquanto que o presidente do Jabaquara Atlético Clube, Bento Marques Prazeres, por telefone disse que responderia até a noite de segunda-feira, 12, mas até o fechamento da matéria não retornou o contato.






Briosa: Uma vitrine na Baixada



Quem não se lembra de Antônio Lima dos Santos, da Copa de 1966, jogador polivalente atuou como lateral direito, esquerdo e zagueiro. Ou então do Balu, lateral direito convocado para a Seleção Brasileira por Falcão, ainda teve Brandãozinho, médio-volante que disputou 18 partidas pela Seleção Brasileira, e Tim, que disputou a Copa da FIFA em 1938 e a Copa América em 1942 que depois se tornou técnico até da Seleção Peruana. Talvez o mais comentado tenha sido Wilson Gomes, o Diabo Louro dos chutes apelidados de “Os canhões de Samarone”.


Esses e tantos outros surgiram na Associação Atlética Portuguesa e ganharam destaque nacional. E por que não mundial?


Dona de um talento único para revelar talentos, a Briosa por muito tempo fez a alegria da torcida da Baixada. Hoje em dia, com suas dificuldades, principalmente financeiras, o clube ainda luta pelos jovens talentos do Litoral.


O mais novo dele é o meia Edson Souza, o Pio, que atualmente defende o Santo André na série A-1. Depois de sua excelente passagem pela Portuguesa Santista, sua transferência foi inevitável.


Aos 24 anos, o meia sonha em se destacar e quem sabe ir jogar no exterior. Fato é que já está sendo considerado o novo craque do time.


Será que a Briosa está voltando aos seus tempos áureos de novos talentos?


Se depender das atuações de Pio, uma nova fase de revelação de jogadores da Baixada pode estar por vir.




O Jabuca do Plínio Marcos


Plínio Marcos, dramaturgo, jornalista e ex-jogador do juvenil do Jabaquara, e alguns dizem que da Portuguesa Santista também. Há quem diga que não jogava mal, mas fez bonito mesmo nas páginas de jornais e revistas glorificando seu clube de coração, o Jabaquara Atlético Clube, Leão da Caneleira ou simplesmente Jabuca.


Time de tantas glórias no passado, acabou ficando esquecido na mídia quando, em 1967, pediu licença à Federação Paulista de Futebol para se ausentar dos campeonatos por 10 anos; mas, seu fiel torcedor nunca abandonou o grito “Arriba Jabuca”. Em seus textos era comum encontrar as histórias de seu time.


Em uma de suas crônicas, “Povão de Santos precisa apoiar o Jabaquara”, de 1977 pela Folha de S.Paulo, Plínio relembra uma façanha histórica do Leão da Caneleira sobre o Santos, quando aos quarenta minutos do segundo tempo, o goleiro do Jabuca, Fininho, defendeu um pênalti de Pelé e garantiu o título:


A vida desse rei do futebol é contada em verso, prosa e história em quadrinho. E ele merece. Mas ninguém conta o título que o Santos perdeu para o Jabaquara porque o Fininho defendeu um pênalti chutado pelo Pelé. Era o título do campeonato juvenil. Mas era um título. E essa parte da história do grande craque sendo omitida, é omitido o nome do Jabaquara. E não podem. O Jabaquara é maior do que todos.


Muito além de ter tentado ajudar seu time em campo, Plínio conhecia de perto as dificuldades de manter o time, ainda no ano de 1977, ele fez uma campanha para o time, publicando “Um grito na Baixada! Arriba Jabuca!, também pela Folha de S.Paulo, onde convocou artistas da cidade para show em benefício do clube.


E na lista entrou um timão da pesada: Bete Mendes, Jonas Mello, Sérgio e Cláudio Mamberti, Sônia Rocha, Paulo Lara, Luís Américo e mais uma pá. O Sindicato dos Metalúrgicos seria um bom lugar pro show. Todo o mundo topava. Mas nós nem sabemos quem são os diretores do Jabuca. Como falaremos com eles? Mas a idéia está aí. Se a diretoria precisar de apoio de nós, velhos jabaquarenses, iremos correndo. O Jabuca mora em nosso coração. Ganhando ou perdendo, a gente está aí berrando com todas as forças do pulmão: Arriba Jabuca!


Plínio ainda não cansava de lembrar de onde vinham os craques do time, a várzea. Sim! A várzea era a vitrine para os meninos de Santos ingressarem nos times da região que em 1976 começaram a desaparecer, dando espaço para as edificações, estradas; e tirando de cena a descoberta de novos talentos, coincidência ou não, levou junto as glórias do Jabaquara AC.